Ana
1 Samuel 1
Como
se já não bastasse ter que dividir seu marido com Penina, Ana era estéril e
ainda tinha que aguentar as provocações de sua rival (v. 5-6).
Por
causa dessas coisas Ana entra em depressão (v. 7).
Seu
marido até tentava lhe alegrar, mas a amargura parecia inevitável, porém o que
me chama a atenção na atitude dessa mulher é que ela levou sua amargura, sua
depressão, sua aflição ao Senhor (8-11).
Ana
sabia que não conseguiria resolver seus problemas sozinha, então buscou ao
Senhor com tudo o que tinha, que por sinal não era nada de bom além da vontade
de ter um filho por causa da vergonha que era para uma israelita a
esterilidade.
Em
seu desespero, ela barganha com Deus: “se o Senhor me der um filho o entrego ao
nazireado” (v.11).
Ser
nazireu significava ser totalmente separado pra Deus. A lei do nazireado era
bem rígida, veja: Números 6:1-21, mas Ana estava disposta a encarar o desafio
de ter um filho que não seria totalmente dela, mas seria seu, sairia do seu
ventre para o mundo e ela não só ficaria livre da vergonha como teria o
privilégio de ser chamada de mãe.
Apesar
de Deus, não ser Deus de barganha, Ele ouviu o clamor de Ana e atentou para seu
pedido (v. 20).
E
aqui eu mais uma vez me convenço de que Deus trata cada pessoa de um jeito
diferente.
O
que Ana poderia dar para o Senhor que o Senhor não o tivesse? Um ser humano?
Todos os seres humanos são dele! Um nazireu? Até das pedras Ele poderia
suscitar um!
A
verdade é que Ana não tinha nada para barganhar. Não tinha nada para oferecer,
mas Deus a ouviu porque ela ofertou sua fé; o seu desejo de sair da confusão de
rosto, da humilhação, da zombaria;... tudo o que Ana tinha era sentimentos
ruins e um pouco de fé e esperança, então ela depositou o pouco que tinha na
pessoa certa, por isso Deus a ouviu.
Deus
escuta o nosso coração, nossas palavras saem sempre erradas diante de Deus.
Como
diz Romanos 8:26
“Não
sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós
sobremaneira com gemidos inexprimíveis.”
1
Samuel 1:18 diz que depois de orar Ana não tinha mais o semblante triste. Ela
havia depositado todos os seus sentimentos ruins no altar do Senhor.
E
é isso que aprendo com Ana:
Não
importa quais sejam nossos sentimentos, devemos depositá-los todos no altar do
Senhor. Confiar tão profundamente e cegamente Nele que ao sair da oração nosso
coração esteja liberado para a alegria independentemente da vitória.
Ana
foi corajosa e fiel. Depois que o menino desmamou ela cumpriu o seu voto,
levando-o a casa do Senhor para que ficasse lá para sempre (21-28).
Salomão
disse em Eclesiastes 5:5 que é melhor não votar do que votar e não pagar.
Quem
ler essa frase de Salomão acha que ele está dizendo que Deus vai castigar
aquele que faz voto e não paga. Não creio que ele quis dizer isso, o que ele
quis dizer é que Deus nãos e agrada de voto de tolo (Eclesiastes 5:4).
O
que ele está dizendo é que não devemos prometer nada para Deus que não tenhamos
a intenção de cumprir. Não porque Deus é vingativo, mas porque Ele é honesto,
Ele cumpre com Sua palavra e se somos imagem e semelhança Sua, é natural que
Ele espere que tenhamos palavra.
Não
posso dizer que o voto de Ana foi voto de tolo, porque foi a oração mais
infantil e mais honesta que alguém poderia fazer.
É
isso que Deus espera do ser humano: honestidade.
Nem
sempre conseguiremos fazer a oração certa, mas se ela vier do fundo de nossa
alma, ainda que Deus não concorde com ela, Ele se lembrará de nós, porque é
misericordioso e bom.