sábado, 15 de fevereiro de 2014

Elas ensinam

Ana

1 Samuel 1

Como se já não bastasse ter que dividir seu marido com Penina, Ana era estéril e ainda tinha que aguentar as provocações de sua rival (v. 5-6).
Por causa dessas coisas Ana entra em depressão (v. 7).
Seu marido até tentava lhe alegrar, mas a amargura parecia inevitável, porém o que me chama a atenção na atitude dessa mulher é que ela levou sua amargura, sua depressão, sua aflição ao Senhor (8-11).
Ana sabia que não conseguiria resolver seus problemas sozinha, então buscou ao Senhor com tudo o que tinha, que por sinal não era nada de bom além da vontade de ter um filho por causa da vergonha que era para uma israelita a esterilidade.
Em seu desespero, ela barganha com Deus: “se o Senhor me der um filho o entrego ao nazireado” (v.11).
Ser nazireu significava ser totalmente separado pra Deus. A lei do nazireado era bem rígida, veja: Números 6:1-21, mas Ana estava disposta a encarar o desafio de ter um filho que não seria totalmente dela, mas seria seu, sairia do seu ventre para o mundo e ela não só ficaria livre da vergonha como teria o privilégio de ser chamada de mãe.
Apesar de Deus, não ser Deus de barganha, Ele ouviu o clamor de Ana e atentou para seu pedido (v. 20).
E aqui eu mais uma vez me convenço de que Deus trata cada pessoa de um jeito diferente.
O que Ana poderia dar para o Senhor que o Senhor não o tivesse? Um ser humano? Todos os seres humanos são dele! Um nazireu? Até das pedras Ele poderia suscitar um!
A verdade é que Ana não tinha nada para barganhar. Não tinha nada para oferecer, mas Deus a ouviu porque ela ofertou sua fé; o seu desejo de sair da confusão de rosto, da humilhação, da zombaria;... tudo o que Ana tinha era sentimentos ruins e um pouco de fé e esperança, então ela depositou o pouco que tinha na pessoa certa, por isso Deus a ouviu.
Deus escuta o nosso coração, nossas palavras saem sempre erradas diante de Deus.
Como diz Romanos 8:26
“Não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis.”
1 Samuel 1:18 diz que depois de orar Ana não tinha mais o semblante triste. Ela havia depositado todos os seus sentimentos ruins no altar do Senhor.
E é isso que aprendo com Ana:
Não importa quais sejam nossos sentimentos, devemos depositá-los todos no altar do Senhor. Confiar tão profundamente e cegamente Nele que ao sair da oração nosso coração esteja liberado para a alegria independentemente da vitória.
Ana foi corajosa e fiel. Depois que o menino desmamou ela cumpriu o seu voto, levando-o a casa do Senhor para que ficasse lá para sempre (21-28).
Salomão disse em Eclesiastes 5:5 que é melhor não votar do que votar e não pagar.
Quem ler essa frase de Salomão acha que ele está dizendo que Deus vai castigar aquele que faz voto e não paga. Não creio que ele quis dizer isso, o que ele quis dizer é que Deus nãos e agrada de voto de tolo (Eclesiastes 5:4).
O que ele está dizendo é que não devemos prometer nada para Deus que não tenhamos a intenção de cumprir. Não porque Deus é vingativo, mas porque Ele é honesto, Ele cumpre com Sua palavra e se somos imagem e semelhança Sua, é natural que Ele espere que tenhamos palavra.
Não posso dizer que o voto de Ana foi voto de tolo, porque foi a oração mais infantil e mais honesta que alguém poderia fazer.
É isso que Deus espera do ser humano: honestidade.
Nem sempre conseguiremos fazer a oração certa, mas se ela vier do fundo de nossa alma, ainda que Deus não concorde com ela, Ele se lembrará de nós, porque é misericordioso e bom.











quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

A esposa de Noé




O Senhor falou com Noé dizendo que em sua geração só ele e sua família eram justos diante de Deus e, por isso ele deveria fazer uma arca, colocar nela sua família e um casal de cada animal e a Bíblia diz que Noé fez tudo o que o Senhor lhe ordenara (Gênesis 7:1-5).
Agora tente se imaginar no lugar da mulher de Noé: de repente seu marido chega e diz: “olha, Deus falou comigo e tenho que preparar uma arca, colocar um casal de cada animal, entrar nela com a nossa família e esperar Deus destruir a terra com um dilúvio”.
Enquanto o mundo inteiro casava-se, dava-se em casamento, trabalhava; se divertia e não estava nem aí para nada, você teria que mudar toda a sua vida por causa de algo que Deus falou apenas para seu marido.
Eu acredito que todos que passavam por aquela família certamente pensavam que eles estavam loucos, afinal, um homem de seiscentos anos de idade construindo uma arca para colocar animais dentro, pregando sobre um dilúvio quando o céu parecia mais claro do que nunca ou é louco ou é absurdamente “arriado” por Deus.
Mas a mulher de Noé, creu em seu marido. A Bíblia não dá nome a essa mulher porque seu título de mulher de Noé dizia exatamente quem ela era: uma mulher submissa que acreditava em seu marido ainda que ele parecesse um louco, ainda que o mundo inteiro pregasse o contrário do que seu esposo estava pregando, ela preferiu acreditar no esposo e lhe apoiou, lhe ajudou em sua missão. Convenceu seus filhos e com eles entrou na arca (Gênesis 7:7). E ficou com ele até o fim (Gênesis 8:18).
Apesar de não saber sequer o nome da esposa de Noé, aprendo com ela grandes lições:
1 - Submissão – embora o mundo inteiro pregue que a submissão é algo ruim, é justamente ela que nos une aos nossos maridos, que nos torna especiais, que nos ajuda a manter a união familiar e é justamente na submissão da mulher que o Senhor abençoa a família inteira.
2 – Quando o marido vive uma vida espiritual voltada para Deus e para o que Ele tem para família, quando o marido é o cabeça do lar, liderando em submissão a Deus que o formou, é fácil acreditar nele, seguir seus passos, ajudá-lo em sua missão.
3 – Aprendo que é papel da mulher orientar os filhos para que obedeçam ao pai, para que acreditem nele e fiquem sempre ao lado da família.
Não sei sequer o nome dessa mulher, mas a admiro pela sua coragem de seguir pela estrada menos percorrida porque acreditou que o seu marido era um servo de Deus e que havia recebido Dele uma missão.
Que o Senhor me ajude a assim como ela, viver a submissão genuína, aquela que Deus preparou para todas as mulheres e que o meu esposo consiga ser o cabeça do lar, vivendo em submissão a Deus para que fique cada vez mais fácil confiar nele e na sua missão sobre a terra para ajudá-lo naquilo que Deus preparou para ele.


domingo, 9 de fevereiro de 2014

Cumplicidade

Mentira

Em Gênesis 11:29 está escrito que o nome de Sara era na verdade Sarai quando Abraão a tomou por esposa.
O versículo 30 do mesmo capítulo diz que ela era estéril. O que era uma vergonha para o povo de Israel.
Gênesis 12:11 diz que ela era formosa.
Ela era cúmplice de Abraão e o defendia mesmo que fosse preciso mentir (Gênesis 12:14).
Mesmo quando ela foi levada à casa de Faraó para ser sua mulher ela manteve a mentira (Gênesis 12:15-16).
Mesmo quando Deus feriu a Faraó e a sua casa com pragas ela se manteve firme a fim de proteger o seu marido (Gênesis 12:17).
Ela esperou que o seu marido resolvesse a questão, fez apenas o que ele mandou porque era obediente e queria protegê-lo.
Sei que Sara não agiu corretamente quando foi cúmplice na mentira de Abraão, mas com ela eu aprendo o quanto o amor vale a pena. Com ela eu aprendo que quando se ama alguém o desejo de protegê-lo é maior que a vontade de fazer o que é correto, porque para aquele que ama o correto é proteger quem se ama; o correto é ser cúmplice do outro e não deixar que mau algum chegue à sua tenda.
Não estou defendendo a mentira, nem a malandragem, estou defendendo o amor. Quando as pessoas que amamos corre perigo de morte não pensamos muito nas consequências dos nossos atos, só pensamos em proteger quem amamos e Deus, em Sua infinita bondade entendeu o amor de Sara e o medo de Abraão, por isso não os puniu. Com isso eu aprendo que Deus julga cada caso de maneira diferente. Pequenas ou grandes, meias mentiras ou meias verdades são sempre mentiras e Deus as abomina (Salmos 5:6), mas Deus está muito mais interessado no ser humano do que em regras de conduta. Se a vida de um homem corre perigo, a mentira pode continuar sendo abominável aos olhos de Deus, mas a vida do ser humano é mais preciosa do que qualquer regra de conduta.
No livro de 1 Samuel 21:1-6 encontramos o sacerdote dando para Davi e seu exército os  pães da proposição, esse ato era ilícito, mas eles não foram punidos por Deus, simplesmente porque o ser humano é mais importante do que as regras (Mateus 12:1-7).
Tenho certeza que Deus não concorda com mentiras, nem quebra de regras, desobediência às leis, etc. Sei, porém que Ele valoriza o ser humano acima das regras, acima das leis...
Por isso acredito que Deus julga cada caso isoladamente porque apesar de uma mentira ser sempre uma mentira e consequentemente algo abominável diante de Deus, Ele leva em consideração as circunstâncias e os perigos que cada ser humano teve que enfrentar para agir como agiu.





sábado, 1 de fevereiro de 2014

Imagem e semelhança de Deus


Deus criou os seres humanos conforme Sua imagem e  semelhança:

Gênesis 1:26 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra.

O autor do livro dos gênesis está se referindo ao caráter de Deus e não a Sua aparência. Se ele estivesse falando da aparência de Deus, ele teria usado a mesma frase que Paulo usou em Romanos 1:23: “em semelhança da imagem” e não “a imagem e semelhança de Deus”.
Quando Adão escolheu pecar lá no Éden ele perdeu esse caráter de Deus e passou para nós o seu caráter terreno, mas quando Cristo morreu a nossa morte, passamos a ter o caráter de Cristo em nós (I Coríntios 15:49) e dessa forma somos transformados paulatinamente na imagem e semelhança de Deus, por meio de Cristo que é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação (Colossenses 1:15).
Ou seja, sem Cristo somos apenas a imagem do que é terreno. Com Cristo somos transformados na imagem do divino.
Por isso João nos diz que é necessário nascer de novo (João 3:3). Porque sem o novo nascimento somos apenas carnais, vencidos pelo pecado. Quando nascemos de Deus recebemos de Cristo o Seu caráter e Cristo é o único sacrifício que Deus aceita.
A única maneira de nascer de novo é recebendo Cristo como Senhor de nossa vida por meio da fé. Precisamos crer que a morte Dele foi a nossa morte e Ele fará todo o resto.
É incrível descobrir que podemos ter a imagem de Deus em nós. Isso é simplesmente maravilhoso!
Somos tão imperfeitos, tão frágeis, tão pequenos, mas podemos ser parecidos com Deus através de Cristo.
Precisamos de mais de Deus e menos de nós mesmos para que a imagem de Cristo se forme em nós dia a pós dia.
E que o Senhor nos ajude a lembrarmos que já morremos com Ele, e, portanto, o pecado não pode ter domínio nenhum sobre nós.