Dízimo?
O Novo Testamento fala pouco acerca dos dízimos e sempre que refere a essa palavra deixa claro que essa é uma ordenança da LEI.. Veja: Mateus 23:23 "Dais o dízimo e tende omitido o que há de mais importante NA LEI."
Muitos dizem que devemos continuar dando o dízimo porque Jesus disse: "devíeis fazer sem omitir aquelas".
É preciso lembrar que quando Jesus falou isso todos ainda estavam sob o regime da lei. Jesus ainda não havia morrido, e, portanto não havia cumprido toda a lei.
Aquilo que é da Lei que precisamos obedecer estando na graça Jesus repetiu para que seguíssemos. Por exemplo: misericórdia era um ato da Lei, mas também é um ato da graça (Mt. 9:13). A justiça era um ato da Lei, porém também é um ato da graça (Mt. 5:20).
Em Lucas 11:42 Jesus fala acerca do dízimo, porém Ele usa o verbo no passado (IMPORTAVA).
Em Lucas 18:12 encontramos um fariseu (que era um seguidor ferrenho da Lei) orando de si para si e se achando o máximo porque dava o dízimo.
Hebreus 7:2 fala de Abraão separando o dízimo para o rei de Salém. (Abraão viveu sob a Lei).
Hebreus 7:4 é praticamente a mesma referência.
Hebreus 7:5 aqui a Bíblia é clara ao falar sobre o dízimo como ordenança da Lei (...tem ordem, segundo a Lei...)
Hebreus 7:8 devemos lembrar que Jesus veio para cumprir a Lei, então Ele estava se referindo a atualidade da época que estava vivendo sob a Lei.
O autor de Hebreus deixa claro no capítulo 7:12 que se há mudança no sacerdócio também deve haver mudança na Lei.
No versículo 19 do mesmo capítulo ele diz que a Lei a nenhuma coisa aperfeiçoou. Jesus, porém, não só cumpriu a lei como a aperfeiçoou na graça.
Jesus agora é o nosso sacerdote e Ele, (diferente dos outros sacerdotes) não necessita de sacrifícios, pois Ele próprio foi o sacrifício por nós (Hebreus 7:27).
O dízimo no A.T era alimento destinado a suprir as necessidades dos levitas, porque eles não tinham herança (Deuteronômio 14:22-27).
O dízimo não era dado em dinheiro, mas em mantimento, alimento, comida (Mal. 3:10 - Para que haja mantimento em minha casa).
O dízimo também não foi direcionado para sustento próprio, vaidades, construção de templos, etc. Mas para alimentação dos levitas.
Antes da Lei, o dízimo foi oferecido de forma voluntária: primeiro por Abraão (Gênesis 14:18-20), depois por Jacó (Gênesis 28:20-22).
Em momento algum na Palavra você vai ver alguém entregando o dízimo em forma de dinheiro a fim de receber bençãos da parte de Deus, porque isso é barganha e Deus não é Deus de barganha.
Em números 18:21-26 vemos que o dízimo era a única herança dos levitas. Era a recompensa pelos serviços deles na tenda da revelação (Números 18:31).
Em Deuteronômio 14:29 o autor mostra que o dízimo também tinha o fim de caridade.
Ainda que as igrejas usassem o dinheiro do dízimo para obras sociais, ainda assim não estaria de acordo com a Palavra de Deus, visto que o dízimo foi abolido por causa do novo sacerdócio (Hebreus 7:5-18).
Em 1 Coríntios 13:3 Paulo deixou claro que toda oferta deve ser voluntária em amor para que possa ser aceita por Deus.
Caridade, amor ao próximo é uma obra profunda e tem que ser entre você e Deus (Mateus 6:1-4).
Cristo levou sobre si o pesado fardo da Lei para que pudéssemos descansar Nele, no amor, na justiça e na misericórdia Dele.
Jesus não aboliu a caridade e nem as ofertas voluntárias (Mateus 6:2).
Jesus nos deixou um novo mandamento (João 13:34).
Se a justiça provém da Lei, então Cristo morreu em vão (Gálatas 2:21).
A nossa justiça (segundo as palavras de Jesus) tem que exceder a dos escribas e fariseus que davam o dízimo de tudo, mas esqueciam-se de agir com justiça, amor e misericórdia (Mt. 5:20).
Jesus nunca prometeu galardão para os dizimistas fiéis, mas sempre que se referiu a eles foi com censura (Lucas 18:9-14).
Jesus não estipulou uma quantia para investirmos no Reino de Deus. A oferta voluntária varia de acordo com a pessoa a quem Ele se refere. Por exemplo: em Mateus 10:42 Ele manda dar pelo menos um copo d'água fresca a um pequenino. Já para o mancebo rico de Mateus 19:21, Ele manda que ele venda tudo o que tem e dê aos pobres, porque o coração daquele mancebo estava em suas riquezas e Ele não quer que nos prendamos a nada desse mundo.
Se o dízimo é bíblico porque é baseado em Números 18:21-26, a circuncisão também o é porque está baseada em Gênesis 17:23-27 e ambas as passagens dizem respeito a Lei Sacerdotal.
Toda a Lei se cumpre em Gálatas 5:14 "Amarás o teu próximo como a ti mesmo".
Se você participa de um seguimento religioso e ama a igreja onde congrega, nada mais justo que ajudar voluntariamente de acordo com suas posses e com alegria, o valor pode ser mais ou menos que 10%, quem vai determinar isso é o seu bolso e o seu coração, afinal de contas, a igreja precisa pagar aluguel, água, luz, etc., não discordo da oferta voluntária e com alegria, discordo da imposição do dízimo.